Assim Pedro Alves, um dos puxadores do Coletivo Sarau Debaixo, celebra todo o clima de enfrentamento ao cotidiano puxado pelo lirismo combativo que tomou conta da rua na noite de terça, dia 17, no 1º Sarau Debaixo. Abrigados sobre o concreto do Viaduto do DIA, amantes da arte - marginal ou não - deram vida e calor à frieza urbana e, em plena hora do rush, apreciaram uma boa pitada das produções literárias que estavam "guardadas" por falta de espaços na nossa engarrafada capital.
Enquanto o próximo Sarau Debaixo não vem, vai rolar nessa quinta, dia 19, às 18h, no Departamento de Filosofia da UFS, uma formação sobre a história da poesia marginal brasileira nos anos 70 e 80, com o professor Romero Venâncio e o Coletivo Sarau Debaixo.
De arames farpados
Os passos da cidade
De muros levantados
O direito de não entrar
De sempre ficar na porta
Essa catraca torta
Um dia há de quebrar
Assim como o ingresso
Os portões e a classificação
E toda política de “ eu te peço”
Agora eu digo “não!”
Pois pra gente não importa
Se todas as casas estão fechadas,
Se os teatros, meu amigo, não passam de fachadas,
A rua é nossa
divergência
sem clemência
sem direito de perder mais nenhum direito
Porque aqui
Está decretado:
Toda chão será palco
Todo muro será mural
TODA ESTA CIDADE POESIA
Foto (destaque) por Victor Balde. Demais fotos por Thiago Leão |
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